Eu aluguei um quarto com uma senhora simpática e mais velha, mas o que vi na geladeira fez com que eu saísse da casa imediatamente.

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Eu aluguei um quarto com uma senhora mais velha chamada Sra. Wilkind. O anúncio prometia privacidade e um preço baixo — uma solução ideal para mim, no momento em que a vida parecia muito complicada. Meu irmão Tommy morava com a tia, e eu estava ocupada com os estudos e o trabalho, tentando fazer o meu dinheiro durar. Quando vi o anúncio, senti que era minha chance. Uma casa com móveis antigos, papéis de parede aconchegantes, cheiro de lavanda — tudo parecia perfeito.

Quando conheci a Sra. Wilkind, ela me passou a impressão de ser uma mulher cuidadosa e amável. Seus cabelos estavam bem arrumados, e ela me convidou alegremente para entrar, sorrindo amigavelmente e perguntando sobre todos os detalhes da minha vida. Falei sobre meu irmão, que morava com a tia, sobre nossos pais, que já haviam falecido. Ela balançava a cabeça e fazia perguntas, como se me ouvisse atentamente, mas algo em seu olhar me fazia sentir desconfortável.

 

Logo depois que me mudei, a atmosfera da casa me pareceu estranha. Tudo parecia de conto de fadas — quartos aconchegantes, papéis de parede florais, tapetes vintage. Mas, quanto mais tempo eu ficava lá, mais me sentia como uma prisioneira. Tinha a sensação de que alguém me observava o tempo todo. Isso parecia estranho, mas tentei ignorar, esperando que as coisas se normalizassem.

Certa manhã, quando acordei, fui até a cozinha. Na geladeira, vi uma lista de “Regras da Casa”. A princípio, pensei que fosse algo formal, mas quanto mais eu lia, mais sentia que algo estava errado. Era proibido ter chaves, até mesmo a porta do meu próprio quarto deveria ficar aberta. Todos os itens de higiene pessoal e comida estavam sob o controle da Sra. Wilkind. O único banheiro só estava disponível sob solicitação, e a chave deveria ser devolvida imediatamente. Eu tinha que sair de casa todo domingo das 10h às 16h, porque era o horário do “chá das damas”. Era proibido cozinhar sem permissão, e meus telefonemas eram limitados a 30 minutos por dia. O que mais me surpreendeu foi o ponto que dizia que a Sra. Wilkind poderia entrar no meu quarto a qualquer momento. Sem privacidade.

 

Meu coração apertou. Tentei me convencer de que não era tão importante, mas não conseguia me livrar da sensação de que eu não estava segura naquela casa. Quando voltei para a cozinha, a Sra. Wilkind, como sempre, sorriu amigavelmente, mas percebi um frio em seus olhos. Quando perguntei por que tantas regras rígidas, ela respondeu que isso ajudava a manter a ordem e que eu deveria me acostumar. A cada minuto, o sorriso dela se tornava mais insistente e estranho.

Na manhã seguinte, decidi testar o que aconteceria se eu quebrasse uma dessas regras. Quando fechei a porta do meu quarto silenciosamente, senti o ar da casa instantaneamente tenso. Sentia os passos da Sra. Wilkind ecoando no silêncio, e seus olhos me seguiam. Foi então que percebi que não conseguiria continuar morando lá. Comecei a juntar minhas coisas, mas de repente ouvi a voz dela. Ela me lembrou de forma decisiva que tudo deveria seguir as regras, caso contrário, haveriam consequências.

 

Juntei minhas coisas rapidamente e fui para a saída, mas, ao chegar à porta, o olhar dela me deteve. Ela disse que, se eu fosse embora, deveria entender que sempre haveria “algo sobre o qual vale a pena conversar”. Soou como uma ameaça, e percebi que não valia a pena discutir. Saí para fora, sentindo que realmente havia algo errado naquela casa. Meu corpo estava tenso, e o medo aumentava.

Quando saí para fora, senti um alívio, mas não sabia o que fazer a seguir. Não podia voltar para casa, pois minhas responsabilidades com o meu irmão ainda eram importantes. Meus pensamentos foram interrompidos por uma conversa com um estranho, um jovem chamado Ethan, que se aproximou de mim no parque enquanto eu estava sentada no banco. Ele me ofereceu café e biscoitos, e eu, apesar do meu estado, não pude recusar.

 

Ethan foi atencioso e me ouviu enquanto eu contava o que havia acontecido. Ele disse que já havia notado algo semelhante — quando alguém sente que está fugindo de algo escondido. Ethan disse que a história com a Sra. Wilkind poderia esconder muito mais do que parecia à primeira vista. Ele me alertou de que, se aquela mulher me controlava tanto, ela poderia ter intenções bem mais sombrias do que apenas manter “a ordem”.

Naquele dia, Ethan se ofereceu para me ajudar a mudar, e eu, embora tivesse dúvidas, aceitei. Ele se tornou meu amigo e apoio, e comecei a reconstruir minha vida. Meu trabalho na cafeteria, meu novo apartamento — tudo isso se tornou muito mais fácil do que viver sob o controle constante da Sra. Wilkind. Mas, às vezes, mesmo estando em um lugar novo, ainda sentia que algo me seguia. E, embora tentasse não pensar na minha antiga casa, às vezes, à noite, sentia como se olhos estranhos estivessem me observando.

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